Língua sarda

Língua sarda
O sardo ou sardenho (sardu) é uma língua natural românica que se desenvolveu de uma forma peculiar por estar em uma ilha isolada do continente: a Sardenha, na Itália. Durante o domínio romano a ilha foi usada como lugar de encarceramento para criminosos reincidentes, passando a formar parte do Império Bizantino posteriormente, para em seguida cair sob domínio muçulmano até ser conquistada pela Coroa de Aragão, razão pela qual até os dias de hoje há um enclave de idioma catalão no porto de Alghero. No século XVIII, a ilha se integrou à Casa de Saboia, que liderou a unificação da Itália no século XIX, unindo a ilha a esta.

Antes da dominação romana se falava na ilha uma língua ou línguas sob o termo paleossardo, associado às línguas vascônicas e bérberes.

Os primeiros textos são do século XI, se bem que a falta de obras literárias de qualidade, a visível diferenciação dialetal, e a subordinação das variedades linguísticas sardas às diferentes línguas dos invasores estrangeiros explicam o fato de nunca ter existido uma língua padrão, apesar de a existência aparente de um antigo koiné sardo. Não obstante, a Sardenha é o lugar de maior abundância em textos antigos em língua vulgar, no que se refere à Itália, visto que, durante o período dos judicados, o sardenho medieval foi utilizado como língua administrativa em vez do latim ou o grego. Talvez a razão se deva ao fato de a ilha ter tido pouco contato com o latim e ainda menos com o grego, de forma que a maioria dos documentos oficiais, para serem entendidos, deviam ser redigidos em sardo.

Um dos mais antigos textos conhecidos do abundante corpus sardo é o privilégio logudorês, composto em algum momento entre 1080 e 1127 pelo Príncipe-Juiz de Torres, Mariano de Lacão:

O domínio espanhol durou na Sardenha quase quatro séculos (1327 a 1720); os conquistadores da Sardenha foram aragoneses e levaram à ilha o catalão, mas ao lado desta língua foi introduzido o castelhano, especialmente nos centros de Sassarese e Gallura. Até 1764, o castelhano foi a língua oficial da justiça e das escolas. Muitos autores sardos escreveram em espanhol e catalão, de forma que, naturalmente, estas línguas deixaram na Sardenha maior influência que em qualquer outra parte da Itália, dominadas por menos tempo e menos intensamente pelos espanhóis.

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