Língua hebraica

Língua hebraica
O hebraico (עברית, ivrit/ibrit) ou hebreu é uma língua semítica pertencente à família das línguas afro-asiáticas. A Bíblia original, a Torá, que os judeus ortodoxos consideram ter sido escrita na época de Moisés, há cerca de anos, foi redigida no hebraico dito "clássico". Embora hoje em dia seja uma escrita foneticamente impronunciável, devido à inexistência de vogais no alfabeto hebraico clássico, os judeus têm-na sempre chamado de (לשון הקודש), Lashon ha'Kodesh ("A Língua Sagrada") já que muitos acreditam ter sido escolhida para transmitir a mensagem de Deus à humanidade. Por volta da destruição de Jerusalém pelos babilônios em 587 a.C., o hebraico clássico foi substituído no uso diário pelo aramaico, tornando-se primariamente uma língua franca regional, tanto usada na liturgia, no estudo do Mishná (parte do Talmud) como também no comércio.

O hebraico renasceu como língua falada durante o final do século XIX e começo do século XX como o hebraico moderno, adotando alguns elementos dos idiomas árabe, ladino (língua dos judeus sefarditas), iídiche (língua dos judeus oriundos da Europa), e outras línguas que acompanharam a Diáspora Judaica como língua falada pela maioria dos habitantes do Estado de Israel (Medinat Israel), do qual é a língua oficial primária.

Enquanto o termo "hebreu", refere-se a uma nacionalidade, ou seja especificamente aos antigos israelitas, a língua hebraica clássica, uma das mais antigas do mundo, pode ser considerada como abrangendo também os idiomas falados por povos vizinhos, como os fenícios e os cananeus. De facto, o hebraico e o moabita são considerados por muitos, dialetos da mesma língua.

O hebraico assemelha-se fortemente ao aramaico e, embora menos, ao árabe e seus diversos dialetos, partilhando muitas características linguísticas com eles.

O hebraico também mudou. A diferença entre o hebraico de hoje e o de há anos é que o antigo era um abjad ou seja, não possuía vogais para formar sílabas. As vogais (Nekodot) foram os sinais diacríticos inventados pelos rabinos para facilitar na pronúncia de textos muito antigos e posteriormente desativados, nos meios de comunicação atuais. Com efeito, o hebraico não possui vogais "dispostas em forma escrita", sendo o hebraico um alfabeto consonantal, formado apenas por 22 consoantes. Em sua forma antiga (clássica), estas línguas tem um alfabeto formado apenas por consoantes, como é o caso do árabe e de outras línguas mais. Entretanto é irrevogável o fato de que, em nenhuma língua da terra, especialmente o que é o caso, as escritas de forma quadrática, qual é o caso do hebraico, chinês, japonês etc, não exista a presença das vogais. Um japonês desenha um Kanji (forma quadrática da língua) e, na hora de expressar com a voz, este diz: - Uma linha reta na vertical, com um traço cortando-a ao meio, disposto por três linhas horizontais e um traço menor abaixo do traço maior: esta seria a possível forma de se pronunciar um Kanji sem usar vogais. A voz falada é a alma em persona: ela dá essência à todas as coisas existentes no universo; e isto inclui as vogais, as quais sempre existiram. A diferença face às línguas mais antigas é que elas carregavam visões religiosas. Sendo assim, entendiam que, eram as consoantes que possuíam a essência das coisas, com significados religiosos maiores, como é o caso do Yud, Hêh, Vav, Hêh, que no hebraico são consideradas pelos hebreus como consoantes sagradas, quais vem a ser o próprio Nome do seu Deus, que é YHVH: o Tetragrama Sagrado. Dessa maneira, é por esse motivo que línguas mais antigas só computavam as consoantes no alfabeto, que nesse caso assumem papéis sagrados e muito mais importantes que as vogais, que eram consideradas apenas como complementares a estas, para formarem a sua pronúncia, porém sem qualquer sentido maior. Assim, o hebraico não é uma língua a qual não possui vogais, mas apenas não são computadas no alfabeto de maneira escrita. Nesse caso, existia uma forma de identificação das vogais e em que momento elas deveriam entrar para se unirem as consoantes, formando as palavras pronunciadas. No caso do hebraico, esta forma era ensinada de forma geracional (passadas de pais para filhos dentro da comunidade em que habitavam), assim, somente os próprios hebreus saberiam qual a pronúncia correta das palavras. Veja o caso de YHVH: o último "H" (Hêh) não é mudo como muitos falam erroneamente, mas sim uma vogal. Isto acontece, pelo fato de que o H (Hêh) no hebraico, bem como outras duas consoantes do alfabeto hebraico, perdem o seu som consonantal e assumem papéis de vogais. No caso em questão, o H (Hêh) se verte em vogal "a" ou vogal "e", dependendo somente da palavra a ser formada, ou seja, seu som, de A ou de E, vai depender da palavra que se estará pronunciando. No caso de YHVH, por exemplo, é necessário conhecer as raízes hebraicas de onde se origina, para se compreender se é A ou se é E, a que entrará no fim. Nesse caso é "A", pelo simples fato de que vem da raiz hebraica da palavra "Haváh", que é o verbo causar em sua forma indefinida, sendo "Váh" em sua pronúncia. Assim, os massoretas (grupo de judeus da cidade de Massárah) criaram os chamados "sinais massoréticos", para assim transformar o hebraico, de uma língua totalmente complicada de se entender e falar, devido as suas regras geracionais e internas, para uma língua mais fácil de compreender por estrangeiros. Entretanto, em Israel por exemplo, todas as formas de apresentação da língua, em veículos de mídia e liturgia são na forma paleo-hebraica, na qual se vê somente as consoantes puras, sem nenhum sinal massorético disposto abaixo delas.

País
  • Israel
    Israel (, Yisra'el; إِسْرَائِيلُ, Isrā'īl), oficialmente Estado de Israel (, transl Medīnát Isra'él, ; دولة إسرائيل, Dawlát Isrā'īl, ), é uma democracia parlamentar localizada no Oriente Médio, ao longo da costa oriental do Mar Mediterrâneo. O país faz fronteira com o Líbano ao norte, com a Síria a nordeste, com a Jordânia e a Cisjordânia a leste, com o Egito e a Faixa de Gaza ao sudoeste, e com o Golfo de Aqaba, no Mar Vermelho, ao sul. Geograficamente, contém diversas características dentro de seu território relativamente pequeno. Israel é definido como um "Estado Judeu e Democrático" em suas Leis Básicas e é o único Estado de maioria judia do mundo.

    Após a adoção de uma resolução pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 29 de novembro de 1947, recomendando a adesão e implementação do Plano de Partilha da Palestina para substituir o Mandato Britânico, em 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion, o chefe-executivo da Organização Sionista Mundial e presidente da Agência Judaica para a Palestina, declarou o estabelecimento de um Estado Judeu em Eretz Israel, a ser conhecido como o Estado de Israel, uma entidade independente do controle britânico. As nações árabes vizinhas invadiram o recém-criado país no dia seguinte, em apoio aos árabes palestinos. Israel, desde então, travou várias guerras com os Estados árabes circundantes, no decurso das quais ocupou os territórios da Cisjordânia, península do Sinai, Faixa de Gaza e colinas de Golã. Partes dessas áreas ocupadas, incluindo Jerusalém Oriental, foram anexadas por Israel, mas a fronteira com a vizinha Cisjordânia ainda não foi definida de forma permanente. Israel assinou tratados de paz com Egito e Jordânia, porém os esforços para solucionar o conflito israelo-palestino até agora não resultaram em paz.