Mapa - Valença (Rio de Janeiro) (Valença)

Valença (Valença)
Valença é um município brasileiro localizado no sul do estado do Rio de Janeiro. Está a uma altitude de 560 metros e em 2021 sua população foi estimada em 77 202 habitantes, segundo o IBGE. Foi fundado em 29 de setembro de 1823, às margens do Paraíba do Sul. Foi emancipado e elevado à condição de Vila no dia 17 de outubro do mesmo ano. A maior parte de seu território era coberto por floresta já no final do século XVIII.

A sede do município de Valença era habitado na época pelos índios Coroados que dominavam toda a zona compreendida entre o rio Paraíba do Sul e o rio Preto. O nome Coroados é uma denominação geral dos portugueses para todas tribos que usavam cocares em forma de coroa. Rugendas escreveu que os Coroados da região eram resultantes do cruzamento dos Coropós com os temíveis Goitacás de Campos, fato discutível, embora, segundo Debret, Coroados e Coropós fossem muitas vezes confundidos pela semelhança. Os Coroados eram divididos em Araris e Puris (também conhecidos como Paris ou Purus), sendo estes últimos em menor número. Ainda havia na região outras tribos como os Tampruns e Sazaricons, igualmente chamados Coroados.

O esgotamento do ouro nas Minas Gerais causou um forte fluxo migratório de mineiros para ocupação das terras virgens existentes no vale do rio Paraíba do Sul. Entretanto, as tribos de índios viviam nômades na região geravam insegurança entre os proprietários das sesmarias que eram doadas em suas terras. Os índios Coroados eram especialmente temidos pela ferocidade que exibiam em batalhas entre si e contra os portugueses.

O vice-rei do Brasil D. Luís de Vasconcelos e Sousa ordenou em 1789 que fosse iniciada a catequese dos índios da região. Em 1800, o vice-rei incumbiu o fazendeiro José Rodrigues da Cruz, proprietário da fazenda Pau Grande (atualmente no município de Paty do Alferes), de "proceder à civilização" dos índios Coroados. O então capitão de ordenanças Inácio de Sousa Werneck foi incumbido de "domesticar e aldear", isto é, de reunir os índios Coroados nas matas e conduzi-los para as aldeias onde deveriam se fixar. Assim foram liberadas terras que foram divididas em sesmarias e doadas ao primeiros colonizadores da região.

O vice-rei Dom Fernando José de Portugal nomeou em 1803 o padre Manuel Gomes Leal para o cargo de capelão, tendo-lhe o bispo Dom José Joaquim Justiniano conferido a jurisdição necessária para construir e benzer uma capela e cemitério. Uma modesta capela dedicada a Nossa Senhora da Glória foi construída no principal aldeamento de índios Coroados, o qual deu origem à atual cidade de Valença. A aldeia de Valença foi habitada pelos Puris; a aldeia de Santo Antônio do Rio Bonito, que originou o atual distrito de Conservatória dos Índios, foi habitada pelos Araris.

O aldeamento dos índios da região continuou procurando-se concentrar os aglomerados indígenas com outros índios que também perambulavam pela região.

A aldeia de índios foi elevada a freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença por Carta Régia de 19 de agosto de 1807. O nome foi dado em homenagem ao vice-rei Dom Fernando José de Portugal (* Lisboa, 04/12/1752 - † Rio de Janeiro 24/01/1817). Ele era filho de D. José Miguel João de Portugal e Castro, o 3º Marquês de Valença e 9º Conde de Vimioso; esta familia descende to 1º Marquês de Valença, Dom Afonso de Portugal, filho primogênito de Dom Afonso, 1º Duque de Bragança.

Todos historiadores elogiam a atuação de pessoas como José Rodrigues da Cruz, Inácio de Sousa Werneck, padre Manuel Gomes Leal, Miguel Rodrigues da Silva, entre outros, no aldeamento e na proteção dos indígenas. Entretanto, apesar de ter ocorrido de forma quase que pacífica, o aldeamento dizimou os indígenas da região. O contato com os colonizadores favoreceu a propagação de doenças contra as quais os índios não tinham imunidade. Foi especialmente danosa uma epidemia de varíola que se propagou nesta época por várias aldeias. Além disto, os colonizadores que chegavam entravam em confrontos constantes com os índios sem respeitar qualquer direito que estes tinham às suas terras. As sesmarias que foram pedidas ao vice-rei para estabelecimento dos índios sedentários nunca foram concedidas, exceto uma localizada na parte do sertão conhecida como Santo Antonio do Rio Bonito e depois como Conservatória dos Índios. Assim como ocorreu com todas aldeias da província do Rio de Janeiro, no final houve miscigenação e diluição dos povoados indígenas no restante da população. A população branca viria logo a aumentar, atraída pela fertilidade do solo. Os poucos índios que sobraram mudaram-se para outras localidades como Pomba, São Vicente Ferrer e Carangola na província de Minas Gerais.

O capitão de ordenanças Inácio de Sousa Vernek construiu várias estradas na região de Valença durante esta fase de colonização. A estrada Werneck, então chamada de Caminho da Aldeia, que foi a primeira estrada para o sertão de Valença, ia desde a cidade de Iguaçu até o norte da capitania do Rio de Janeiro, na liha divisória como Minas Gerais marcada pelo rio Preto. As estradas construídas por Inácio de Sousa Vernek ligavam a aldeia de Nossa Senhora da Glória de Valença e a aldeia de Santo Antônio do Rio Bonito (atual distrito de Conservatória) com a Estrada Real para Minas Gerais e os caminhos auxiliares para as freguesias de Sacra Família do Tinguá (atual distrito do município de Engenheiro Paulo de Frontin), Azevedo e Pilar do Iguaçu, de onde seguiam para a vila de Iguaçu. Um atalho permitia seguir rumo a Itaguaí. A estrada de Polícia permitiu aos viajantes que vinham de Minas Gerais cruzar o rio Paraíba do Sul nas proximidades de Desengano (atual distrito de Juparanã, em Valença) pela então povoação de Vassouras até Sacra Família do Tinguá.

Na Quaresma de 1814, a freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença contava com 119 fogos (casas), com 688 indivíduos adultos, sendo o total das pessoas superior a 700, sem contar os índios aldeados. Em 1820, havia em Valença mais de 1.000 luso-brasileiros e cerca de 1.400 indígenas espalhados nas diversas aldeias da região. 
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