Mapa - São José do Vale do Rio Preto

São José do Vale do Rio Preto
São José do Vale do Rio Preto é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. Localizada na Região Centro Leste fluminense, da região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Possui uma população de aproximadamente vinte mil habitantes, é formada por descendentes de antigas famílias mineiras e imigrantes italianos.

Os primeiros relatos de ocupação do território dos Sertões do Rio Preto datam de 1677, quando as pioneiras famílias portuguesas iniciaram o plantio de cana-de-açúcar, com a finalidade de abastecer os navios que levavam riquezas para Portugal. Em 1680 a Carta Régia de Dom Pedro II (não se trata este do primeiro imperador do Brasil), ainda príncipe regente do Rei Dom Afonso VI de Portugal concede Sesmaria a Francisco de Mattos Filgueiras Garcês e a Gonçalo Fernandes Peres, mas apenas em 1743 é que a ocupação oficial teve inicio, com a chegada dos padres que iniciaram a construção de uma capela onde se voltariam para a oração e vilegiatura. Baltasar da Silva Lisboa veio ao povoado em 1788, quando fez um levantamento das potencialidades da região, em relatório ao rei de Portugal.

Duas nações indígenas eram muito fortes na região. Os Puris, com sua natureza hostil e de guerreiros vigorosos, e os Coroados, antropófagos, mas com pouca vitalidade para a guerra com os brancos. Os coroados tinham os cabelos cortados em forma de coroa, não tinham sobrancelhas e tingiam os cabelos com urucum. Os Purís foram empurrados para a região de Entre Rios, São José de Além Paraíba e Juiz de Fora, e os Coroados foram exterminados antes de 1850.

Chamavam o Rio Preto de “Paranaúna”, que em tupi-guarani significa “rio de pedras escuras”. Em 1822 Domingos Lopes de Carvalho e sua mulher Florinda Maria da Conceição doam parte de sua sesmaria para a Igreja e em 1823 o Bispo Dom José Caetano nomeia o Padre Luis Gonçalves Dias Correia como ordenador da Freguesia. Logo em seguida Dom Pedro I assina alvará autorizando a construção da Igreja de São José, mas esta só seria iniciada em março de 1855 e concluída em 1877, sob a responsabilidade do engenheiro civil Manoel Pinto Ratto. Um ano depois era autorizada a construção do cemitério da irmandade, e em 1889 o Cartório de Paz adquire competência para praticar atos do Registro Civil. A população nessa época era de cerca de três mil habitantes, entre brancos e cativos.

A povoação dos Sertões do Rio Preto se deve em principio às proximidades dos caminhos para as Minas Gerais e o mercado consumidor da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Estávamos situados entre dois pólos de desenvolvimento. Muitas de nossas estradas foram vias de escoamento da produção das fazendas originárias das antigas sesmarias distribuídas na região, que remetiam os produtos para a capital, à época Niterói, ou para as Minas Gerais. Algumas estradas foram desvios do carregamento de ouro que não passavam nos Registros da Coroa, localizados em Cantagalo e Além Paraíba, no Porto do Cunha. Naquela época a região era aterrorizada por um bandido português, que havia sido degredado para o Brasil após pedir a mão de Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana (desde 1792 Dona Maria, a Louca), filha do Rei D. José I.

O fidalgo Manoel Henrique, o Duque de Santo Tirso, cognominado no Brasil “Mão de Luva”, foi pretendente da princesa, prometida em casamento ao seu tio Pedro de Bragança. O casamento foi realizado no Palácio de Nossa Senhora d'Ajuda, em Lisboa, a 6 de julho de 1760. Devido a sua ousadia, Mão-de-Luva (por ter Dona Maria beijado sua mão antes de embarcar rumo ao castigo jurou jamais expô-la à outra mulher, usando por isso a luva que o tornou famoso) sofreu o confisco de seus bens e foi degredado para a colônia brasileira, onde após algum tempo trabalhando no Rio de Janeiro percebeu facilidades para assaltar remessas de ouro e pedras preciosas que saiam das Minas Geraes. Iniciou uma longa carreira criminosa saqueando as caravanas e remessas de ouro das lavras mineiras, sendo por isso perseguido por milícias da Coroa Portuguesa, que mantinha o monopólio de exploração dos garimpos.

Em 1784 o governador da província e vice-rei do Brasil, Dom Luís de Vasconcelos e Souza manda para a região um comando militar, sob a direção do sargento-mor Pedro Afonso Galvão de São Martinho, para o reconhecimento dos sertões do Leste Mineiro e para a prisão do ladrão de ouro, Mão-de-Luva, junto com seu comparsa Padre Guimarães, dono da Fazenda Deus Esteja e da Fazenda do Serrote. Martinho designou o alferes Joaquim José da Silva Xavier, da tropa paga da Ronda do Mato e das Áreas Proibidas para localizar e prender os facínoras. Após diversas diligências efetuadas contra o grupo, culminou na captura do renegado português e de seu bando. Ao saber da morte de seu amado, em Portugal, Dona Maria teria iniciado vingança velada contra os milicianos. Ao ser descoberta a Insurreição Inconfidente, degredou todos os envolvidos e mandou matar Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, o único que participou das caçadas contra seu amado Mão-de-Luva.

Como a região das Áreas Proibidas era muito utilizada no desvio de ouro foi instalado o "Registro" anexo a um cais de madeira para atracação de balsas que cruzavam o Rio Paraíba do Sul, a tudo denominado "Porto do Cunha", hoje Carmo. Já na década de 1930 os valeriopretanos José Machado Sobrinho, Til, Gil e Rei Melgaço, Virgílio Monerat, e os irmãos Nilo e Modesto de Carvalho abriram uma estrada ligando São José do Rio Preto ao Porto Novo do Cunha (Além Paraíba), passando por Calçado e Santa Cruz.

Numa das muitas estradas que cortavam a região do Sertão do Rio Preto passou o Mártir da Inconfidência. Em suas idas e vindas para o Rio de Janeiro, Joaquim José da Silva Xavier conheceu Ana Rosa, supostamente "sobrinha" do padre Rolim e Silva, na aldeia da Posse (hoje Teresópolis). Desse relacionamento nasceu um filho, que por questões óbvias não recebeu seu nome. Com a descoberta dos planos da Insurreição, os colaboradores de Tiradentes foram esconjurados. O padre Rolim foi degredado para os Açores e sua sobrinha permaneceu com a criança – de nome José Paulo de Oliveira –, em terras e posses adquiridas com as barras de ouro e as pedras preciosas que Tiradentes lhe havia deixado. Mais tarde contraiu núpcias e teve um filho chamado José Paulino de Oliveira. Quando cresceu, o rapaz casou-se com uma moça de tradicional família da região e desse enlace nasceram muitos filhos, dentre eles, Antônio Paulino de Oliveira e Joaquim Paulo de Oliveira.

Naquela época as terras do Sertão do Rio Preto, ou Sumidouro, estavam sendo desbravadas pelas famílias mineiras, com transição em Paraíba do Sul e por portugueses que vinham tomar posse das sesmarias e buscar riquezas. Alguns destes descendentes de Tiradentes vieram para o Sertão do Rio Preto, e em relacionamentos conjugais formaram novas ramificações da família Oliveira (indicação de que eram de origem portuguesa de cristãos-novos, como os Pereira, Ferreira, Parreira, Nogueira, Lima, etc). Entre elas encontramos duas referências. A primeira é a dos Oliveira com os Esteves e a segunda, dos Oliveira com os Lopes. Portanto, temos o orgulho de ter descendentes do glorioso Tiradentes em muitas famílias valeriopretanas, inclusive com os três prefeitos: Bianor Martins Esteves, Manoel Martins Esteves e Adilson Faraco de Oliveira; tataranetos do ilustre inconfidente. 
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