Bielorrússia ou Belarus (Беларусь, translit Bielarus’, ; Беларусь, translit. Belarus’, ; ver etimologia; lit. "Rússia Branca"), oficialmente República da Belarus, é um país sem saída para o mar localizado na Europa Oriental, que faz fronteira com a Rússia a nordeste, com a Ucrânia, ao sul, com a Polônia a oeste, e com a Lituânia e Letônia a noroeste. A sua capital é Minsque, e outras de suas principais cidades são Brest, Grodno (Hrodna), Gomel (Homiel), Mogilev (Mahilyow) e Vitebsk (Viciebsk). Cerca de 40% da sua área total de 207.500 quilômetros quadrados é coberta por florestas, e os seus setores econômicos que mais se destacam são a agricultura e a indústria manufatureira.
Até o, as terras que atualmente formam a Bielorrússia pertenceram a diversos países, incluindo o Principado de Polotsk, o Grão-Ducado da Lituânia, o Império Russo e a Comunidade Polaco-Lituana. Como consequência da Revolução Russa, a Bielorrússia se tornou uma das repúblicas constituintes da União Soviética desde sua formação, e passou a se chamar República Socialista Soviética Bielorrussa (RSSB). A unificação final das terras bielorrussas se deu em 1939, quando o território que pertencia à Segunda República Polonesa se uniu à RSSB. O país foi devastado durante a Segunda Guerra Mundial, durante a qual a Bielorrússia perdeu cerca de um terço de sua população e mais da metade de seus recursos econômicos; a república foi reestruturada nos anos do pós-guerra. Devido ao impacto do conflito no país, a RSSB tornou-se um dos membros fundadores da Organização das Nações Unidas, juntamente com a República Socialista Soviética Ucraniana e a própria URSS.
O parlamento da república declarou a soberania da Bielorrússia em 27 de julho de 1990, e, logo após o fim da União Soviética, declarou a independência do país em 25 de agosto de 1991. Alexander Lukashenko tem sido o seu presidente desde 1994; sob o seu governo, e apesar das objeções feitas pelos governos de diversos países ocidentais, muitas políticas do período soviético, como o controle estatal da economia, foram reimplementadas. Desde 2000 a Bielorrússia e a Rússia assinaram um tratado de cooperação, indicando uma possível formação de uma União Estatal.
A maior parte da população de 9,85 milhões de habitantes do país reside nas áreas urbanas em torno de Minsque e das outras capitais de divisões regionais (voblast). Mais de 80% da população é composta por bielorrussos nativos, com minorias consideráveis de russos, poloneses e ucranianos. Desde a realização de um referendo em 1995, o país tem dois idiomas oficiais: o bielorrusso e o russo. A Constituição da Bielorrússia não declara uma religião oficial, embora a religião predominante no país seja o cristianismo ortodoxo russo. A segunda religião mais popular, o catolicismo, tem um número bem menor de fieis; tanto o Natal quanto a Páscoa de ambas as religiões, no entanto, que são comemoradas em datas diferentes, são comemorados como feriado nacional.
O nome "Bielorrússia" deriva da expressão Rússia Branca ("Branco-Rus"). Existem diversas teorias sobre a origem do nome "Rus Branco". O nome descrevia a área da Europa Oriental coberta por neve e povoada por povos eslavos, em oposição à Rutênia Negra, controlada pelos lituanos. Outra possível origem para o nome poderia ser a vestimenta branca utilizada no período pela população eslava. Outras hipóteses para o nome diriam respeito às terras meridionais do país (Polatsk, Vitsiebsk and Mahilyow), que não haviam sido conquistadas pelos tártaros; antes de 1267, toda a terra que não havia sido conquistada pelos mongóis era considerada parte do "Rus Branco", dado que bel ou biel também significaria "livre", num período em que a maior parte da Rússia se encontrava sob o jugo dos tártaros.
O nome apareceu pela primeira vez na literatura medieval alemã e latina. Nas crônicas escritas por Jan de Czarnków, mencionava-se que o grão-duque lituano Jogaila e sua mãe teriam sido encarcerados, em 1381, em "Albae Russiae, Poloczk dicto". O termo latino "Alba Russia" foi utilizado novamente pelo Papa Pio VI, ao estabelecer ali uma Sociedade Jesuíta em 1783. Sua bula papal decretava: "Approbo Societatem Jesu in Alba Russia degentem, approbo, approbo." Historicamente, o país foi designado em idiomas ocidentais como "Rutênia Branca"; o primeiro uso de "Rússia Branca" para se referir à Bielorrússia se deu no fim do, pelo inglês sir Jerome Horsey''. Durante o, os czares russos utilizaram o termo "Rus' Branco" para descrever as terras conquistadas do Grão-Ducado da Lituânia.
A Bielorrússia passou a receber seu nome atual (Белоруссия) no período do Império Russo; o czar russo costumava ser designado o "Czar de Todas as Rússias" - referindo-se à Grande, à Pequena e à Branca. Na época, a Bielorrússia era vista como parte da nação russa, e o idioma bielorrusso era considerado um dialeto do russo. Após a Revolução Bolchevique de 1917, o termo Rússia Branca passou a causar alguma confusão, pois também era o nome da força militar que se opunha aos bolcheviques "vermelhos". Durante o período da República Socialista Soviética Bielorrussa, o termo Bielorrússia foi adotado como parte de uma consciência nacional. Na Bielorrússia Ocidental, sob o domínio polaco, o termo foi utilizado com frequência para se referir às regiões de Bialystok e Grodno, durante o período entre-guerras.
O termo "Belorussia" (seus nomes na maioria dos idiomas vêm da forma russa, "Byelorussia") foi utilizado oficialmente apenas até 1991, quando o Soviete Supremo da RSSB decretou que a nova república independente deveria se chamar "Belarus" (Беларусь), em russo e em todas as transcrições do nome para outros idiomas. A mudança supostamente visava refletir adequadamente a forma bielorrussa do nome, e o período de transição durou até 1993. Forças conservadoras da recém-independente república, no entanto, não apoiaram a mudança de nome e se opuseram à sua inclusão no esboço feito em 1991 da Constituição da Bielorrússia.
Desde a independência do país, com o fim da União Soviética, o governo bielorrusso oficializou este pedido para que o endônimo Belarus fosse usado em todas as línguas para se referir ao país. Em determinados idiomas, como o inglês, o pedido foi bem aceito, mas a maioria das outras línguas europeias mantiveram seus exônimos próprios, como o grego o Λευκορωσία, o alemão Weißrußland, o dinamarquês Hviderusland, o sueco Vitryssland, o holandês Wit-Rusland, o islandês Hvíta-Rússland, todos traduzidos literalmente como Rússia Branca (que também era o nome historicamente utilizado no português até a década de 1990). O francês mantém o nome Biélorussie.
O mesmo que se deu com o inglês aconteceu, até certo ponto, com o russo (embora o nome tradicional ainda exista naquele idioma); do mesmo modo, o adjetivo "Belorussian" ou "Byelorussian" foi substituído, em inglês, por "Belarusian", enquanto o russo não tenha desenvolvido uma nova versão do adjetivo ("bielaruski"). A intelligentsia bielorrussa no período de Stalin tentou alterar o nome do país para "Krivia", para tentar eliminar esta suposta ligação com a Rússia; alguns nacionalistas também têm objeção ao nome por este mesmo motivo. Diversos jornais populares publicados localmente, no entanto, ainda conservam o nome antigo do país em russo nos seus nomes, como por exemplo Komsomolskaya Pravda v Byelorussii, edição local de um popular tabloide russo. Partidários da união do país com a Rússia também continuam a utilizar a forma anterior. Oficialmente, o nome completo do país é "República da Bielorrússia" (Рэспубліка Беларусь, Республика Беларусь, ").
ISO |
Moeda |
Símbolo |
Algarismo significativo |
BYN |
Rublo bielorrusso
(Belarusian ruble) |
Br |
2 |